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quarta-feira, 15 de abril de 2009


(Pintura de Gustav Klimt)
Rivais

Ó como a primavera madrugou!
Olha esses campos: como vem garrida!
- Maria, vê! Não sejas distraída...
Que belo sol e que feliz eu sou!

Tudo desperta em derredor: a vida
acorda, e traz um ar de quem sonhou...
- Mas tu não vês! Que pena, Amor! passou
uma andorinha, e lá se vai, perdida...

Sorris. E cismas... Que desdém o teu!
E eu fui chamar-te: - Vem! Que lindo céu!
É tudo vôo, e canto, e beijo, e graças... -

Que louco eu sou! Perdoa, Amor, não era
que tu viesses ver a primavera.
Ela é que fica a ver-te, quando passas!


António Correia de Oliveira

3 comentários:

RENATA CORDEIRO disse...

Que lindo soneto e o mais incrível é que eu não conheço esse poeta português. Tenho uma biblioteca só de poetas e poetisas portugueses e agora fiquei com cara de tacho!
Bel:
Postei sobre A Dama das Camélias e apresento algumas obras de Artemísia Gentileschi, além de poemas alheios e meus, flores, o de sempre, embora o Galeria esteja um pouco mudado. Conto com você.
Um abraço,
Renata

rosa dourada/ondina azul disse...

Belo poema que aqui nos trazes!

A Primavera inspira os poetas:)

Beijinho,

Alzira disse...

linda esta composição...adorei o poema e gosto muito da obra do Klimt
obrigada pela visita ao meu blog
beijos e bom fim de semana